domingo, 20 de novembro de 2011

Sofisticação luxuosa do sexo pago à vista.


Me aconselharam um analista, mas acho que vou preferir gastar meu dinheiro trepando”.

Essa frase, dita por um riquinho babaca a uma garota de programa, resume um pouco a idéia de Soderbergh em fazer esse filme poético que fala sobre dinheiro, confiança, poder e protituição.

Com mais de vinte filmes nas costas, o diretor de “Erin Brockovich, Uma Mulher de Talento vem dessa vez com uma produção pequena, barata e maneira: Confissões de uma Garota de Programa que conta um estória de Chelsea (interpretada pela gostosona e prostituta na vida real Sasha Grey), uma garota de programa classa A cujos clientes são os bam-bam-bans de Wall Street dispostos a pagar dois mil dolares pela trepada. A história se passa em Manhattan, em plena crise econômica que anda metendo o pau nos anais econômicos dos EUA, com as dúvidas e dívidas do mercado financeiro e às eleições que levaram Obama a presidência do país.

Todo esse clima de incertezas nos é mostrado na visão de Sacha, tesuda, linda e maravilhosa que começa a duvidar da sua capacidade profissional quando diminui clientela. Mandando ver na criatividade adquirida ao longo de uma bela carreira, Steve Soderbergh utiliza uma fotografia realista para nos deixar com a impressão de estarmos presenciando de perto cada momento, isso até chateia um bocado no começo, mas depois nos acostumamos e até curtrimos a essa intimidade que nos é dada ao lado da gata.

A narrativa não-linear encaixa-se perfeitamente na proposta de dificultar a entrada do espectador na intimidade da Sacha, cuja profissão não permite muitas brechas para invasões sentimentais, sua expressão no filme é sempre a mesma, séria e decisiva. Mas nem por isso ficamos totalmente de fora das dores e emoções da personagem, que sempre se manifestam naturalmente nas surpresas que a vida lhe impõe.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cuidado aí, olha a escudada no fucinho heim.


Antes de começar a falar sobre o Filme do Capitão América quero avisar que só perdi meu tempo com ele por que antes eu havia comprado o jogo para Xbox 360, e como não saco muito inglês, queria ver algo sobre a História.

Basicamente a história se passa na segunda guerra mundial, onde as tropas alemães estão devastando tudo na Europa, e tem um maluco lá que lidera um grupo que detém uma tecnologia mitológica com armas capazes de acabar com a Lua em um espirro.Os EUA estão preocupados com isso, aí pegam o mais burro e fraco de seus recrutas (quem se deita em cima de uma granada na hora de um treinamento não pode ser considerado inteligente) e aplicam nele uma substância, e ai THAM-THAM-THAM-THAM, surgi o Capitão América saradão para salvar o planeta de Hitler. O filme vai ficando pior aos poucos, e acho que até o diretor deve ter ficado constrangido em filmar o herói vestido de palhaço (acho esse o termo mais adequado a roupa ridícula do C. América) ao se juntar com os fardados entrando camuflados em territórios inimigo.

Os diálogos são feitos para que a criançada entenda mais ou menos o que se passa no filme, com papo poético um pouco antes de eliminar alguém, crise de ciúmes por cause de um fondue e conversa fiada entre os mocinhos no meio dos tiroteios. Alias, o herói bem que podia tranqüilamente comer um sanduíche, pois a mira do exército inimigo não é nada boa. Quase me emocionei ao ver frente a frente os dois Jones ícones do cinema, Tommy Lee e Toby, na cena do interrogatório, mas a narrativa inteira do filme é tão fraca, que não tem como tirar boas interpretações em quase nada, e fica a pergunta: Por que esses caras se meteram nessa? Estão precisando de grana?

A trilha sonora é tão chata que ficamos aliviados quando as explosões se sobressaem, bate uma saudade das musiquinhas do Indiana Jones.

Contudo isso, ainda da pra tirar boas conclusões desse trabalho. O filme é importante por mostrar o que caracteriza para os EUA a imagem do herói, ou do ser humano perfeito: ariano, musculoso, heterossexual, patriota, valente e inteligente, exatamente a raça perfeita que o inimigo Hitler imaginava e se dispunha em acabar com todos que assim não os fosse. Seria proposital essa mesma visão das duas partes no conflito? Por isso situaram o herói exatamente nesse período negro da história? Sei lá, não quero pensar mais sobre Capitão América, basta-me agora o videogame, vou quebrar muito nazista safado.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

The Box


Um velho de terno, gravata e chapéu, e com a metade do rosto deformado bater na sua porta e deixa com você uma caixa preta com um botão vermelho no meio. Você tem 24 horas para decidir se aperta ou não o botão. Se apertar você recebe um milhão de dólares, mas alguém que você não conhece vai morrer na hora em que você o fizer. Você apertaria? Inicialmente, essa questão levantada nesse terceiro filme do Diretor Richad Kelly, nos parece Hitchcockiana, ou talvez pros mais novos lembre os roteiros de Danny Boyle, em que quase sempre o poder do dinheiro corrompe a moralidade. Um começo promissor de filme, já que havia bastante interesse de público e crítica na obra em questão, pois Kelly iniciou sua carreira com o Brilhante cult Donnie Darko“, mas peidou feio na farofa no seu segundo longa “Southland Tales: o Fim do Mundo”.

Bom, mas infelizmente “A Caixa” não se firma no roteiro. Ao tentar mesclar ação e suspense barato com questionamento filosófico o diretor se perde, e não se acha mais. E o que era pra ser uma resposta aos “por quês” das atitudes egoístas do ser humano em se beneficiar, mesmo sabendo que suas escolhas podem ajudar no fim da espécie, acaba nos deixando com mais dúvidas do que garantias. E não estamos diante de uma obra existencial de Buñuel ou Lynch. E ao término da sessão ficamos apenas com duas certezas: a de que Ricahrd Kelly é um simples mortal que deu sorte no seu primeiro filme, e dificilmente se firmará na sétima arte, e também a certeza de que ele fuma maconha.

domingo, 6 de novembro de 2011

O que você quer saber de verdade


Vai sem direção
Vai ser livre
A tristeza não
Não resiste
Solte os seus cabelos ao vento
Não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo
No seu peito faz
Faça sua dor dançar
Atenção para escutar
Esse movimento que traz paz
Cada folha que cair,
Cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar
Pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar
O que você quer saber de verdade
Arnaldo Antunes